animais

animais

quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

Fipronil e seus efeitos nocivos ao animal

O Fipronil é um derivado dos Fenilpirazóis e constitui-se como um dos ectoparasitas mais recomendados pelos médicos veterinários, sendo utilizado para o controle de carrapatos e pulgas em diversas espécies, como cães, gatos e bovinos. O produto é comercializado nas formas de pray e pour-on, que contêm concentrações diferentes do princípio ativo.


O Fipronil age inibindo a ação do GABA, um neurotransmissor inibitório, provocando, assim, uma hiperexcitação do parasita e, consequentemente, sua morte. Nos animais, o composto não provoca muitos efeitos indesejáveis, possuindo uma ampla margem de segurança. 

Apesar disso, o uso inadequado dessa droga (doses elevadas, administração por via oral, exposição ocular, etc) pode levar a intoxicação do indivíduo, o que muitas vezes está associado ao aparecimento de sinais leves, tais como vômito, sialorreia, reações de hipersensibilidade, entre outros.

O tratamento para esses casos é, normalmente, sintomático e de suporte e o prognóstico varia muito com o caso, mas geralmente é bom e os animais que recebem a assistência médica adequada, se recuperam rapidamente.

Dessa forma, sempre que for fazer uso de produtos que contenham substâncias nocivas a saúde animal, a exemplo daqueles à base de fipronil, é necessário informar-se sobre como usá-lo, para que espécies é indicado, qual a concentração, evitando possíveis acidentes. Essas indicações geralmente vem explícitas na bula/ rótulo, mas em caso de dúvidas, consulte seu médico veterinário de confiança. 

Fonte: RIBOLDI, E. O. Intoxicações em pequenos animais - Uma Revisão. 2010. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Medicina Veterinária) - Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2010. 

quarta-feira, 25 de novembro de 2015

Atenção para as plantas tóxicas no setor agropecuário!

Das várias causas que podem levar bovinos, ovinos e caprinos a consumirem a planta tóxica, a fome é a principal delas. Outros fatores que devem ser considerados são: o vício, situação na qual os animais podem desenvolver o hábito especial de ingerir a planta; a perversão do apetite, quando o animal torna-se pouco seletivo ao alimento; e a adaptação, situação na qual animais trazidos de regiões distantes e introduzidos sem um período prévio de adaptação em novas regiões são as vítimas mais frequentes desse tipo de intoxicação. Deve-se, ainda, considerar os tratos com a lavoura: nesse caso, a falta de limpeza periódica dos pastos favorece a concentração de plantas tóxicas e, consequentemente, acarreta em aumento do risco de ingestão dessas plantas pelos animais.

Algumas plantas que são de interesse agropecuário e que chamam bastante a atenção dos produtores são:

Palicourea marcgravii: também chamada de cafezinho, café-bravo, erva-de-rato, roxinha e vick.

Essa planta pertence a um grupo de plantas que causam morte súbita. Ela possui uma ampla distribuição geográfica, sendo encontrada por todo o território brasileiro. Ela possui também uma boa palatabilidade, ao contrário do que normalmente ocorre com outras plantas tóxicas, a fome não é a principal causa da procura da planta pelo animal. Por fim, ela possui uma alta toxicidade, tendo seus frutos e suas folhas como partes tóxicas da planta. Ela possui, como princípio tóxico, o ácido monofluoracético, possuindo uma evolução superaguda do quadro em bovinos. Os animais apresentam relutância ao andar, tremores musculares, queda, mugidos constantes e convulsões.

Ipomoea carnea: também chamada de algodão bravo e canudo.
É encontrada principalmente na região Nordeste do Brasil. As intoxicação por essa planta normalmente ocorrem quando há escassez de forrageira, porque ela se conserva verde em períodos secos. Seu princípio tóxico é a suainsonina, promovendo a morte celular em último estágio. A evolução dessa intoxicação é crônica e resulta em emagrecimento progressivo, tremores dos membros posteriores e incoordenação motora. A retirada da planta permite que haja a remissão dos sintomas.

Ipomoea asarifolia: também chamada de salsa.
Encontrada principalmente na região Nordeste. Da mesma forma que ocorre com a I. carnea, durante a escassez de forrageiras, há o consumo dessa planta, podendo causar intoxicação nos animais de produção. Até o momento, seu princípio tóxico não é conhecido. Os sinais clínicos do animal são sempre de ordem nervosa e é possível verificar sonolência, tremores musculares, principalmente na cabeça e no pescoço e incoordenação. Em caprinos, mesmo com a retirada da planta, não há a remissão dos sintomas.



Manihot esculenta: também chamada de mandioca.
É classificada como planta cianogênica, uma vez que essa planta possui altos níveis de cianeto. Normalmente, a intoxicação por essa planta deve-se a erros de manejo. Os principais sinais clínicos observados são salivação excessiva, espasmos musculares generalizados e convulsões. O animal também pode apresentar dificuldade respiratória, podendo ter uma parada respiratória. Quando a concentração de cianeto é muito elevada, pode ocorrer a morte do animal em poucos minutos após o aparecimento dos sinais clínicos.


Vale ressaltar que todas as plantas supracitadas são apenas alguns exemplos da grande variedade de plantas tóxicas que são nocivas à saúde dos animais de produção. Além disso, é necessário conhecer a morfologia dessas plantas e tentar retirá-las do alcance dos animais, a fim de prevenir possíveis intoxicações. Contudo, o animal que estiver intoxicado precisa ser consultado imediatamente pelo médico veterinário, a fim de que possa ser efetuado o devido tratamento.

Fonte: SPINOSA, H.S.; GORNIAK, S.L.; PARLERMO-NETO, J. Toxicologia Aplicada à Medicina Veterinária. Barueri, SP. Manole, 2008.

terça-feira, 3 de novembro de 2015

Intoxicação por gases tóxicos em aves


As intoxicações em aves mantidas em cativeiro são relativamente frequentes e podem ocorrer por ingestão, inalação ou absorção percutânea de substâncias tóxicas e também pela administração inadequada de medicamentos ou overdose.  As aves são mais vulneráveis à intoxicações do que os mamíferos e répteis.  Por serem curiosas e ativas, acabam ingerindo materiais estranhos e tóxicos.  Além disso, as características de sua anatomia favorecem à intoxicação : o sistema respiratório dispersa mais rapidamente as partículas e gases tóxicos inalados.
Gases tóxicos, como o próprio nome diz, levam a ave à intoxicação.  Um dos gases que muita gente não sabe que é prejudicial à ave é a PTFE (TEFLON), polímero sintético utilizado como antiaderente na fabricação de panelas, conhecido comercialmente como Teflon (marca registrada).  Este material é relativamente estável a temperaturas inferiores a 260ºc, mas acima de 280ºc libera diversos gases tóxicos às aves e, sendo os pulmões o alvo desse tipo de intoxicação, geralmente a morte é imediata, dependendo do grau de exposição a ave pode apresentar alguns sinais clínicos como sonolência, incoordenação motora, fraqueza, convulsão.

Durante o uso comum das panelas antiaderentes o nível de gases tóxicos liberados é muito baixo. Em ambiente bem arejado, como uma cozinha, não é considerado um grande risco de intoxicações.  Os principais casos ocorrem quando esquecemos panelas no fogo, a panela começa a superaquecer e libera uma fumaça muito forte, esta sim mata uma ave em poucos minutos.
A ave tem um sistema respiratório muito mais complexo do que a do ser humano, é pequeno, sensível e pouco elástico, no entanto a capacidade de troca de oxigênio/gás carbônico é três vezes maior do que o nosso pulmão, e por essa razão sofrem mais com os efeitos nocivos de fumaças e gases. 
Portanto, não deixe a gaiola de sua ave próxima a cozinha, e nem de quaisquer ambientes que podem haver a dispersão de gases ou de fumaças como as de cigarroincenso, etc. 
Nos casos acima citados, deve-se dispensar atenção total à ave, levando-a imediatamente a um veterinário, pois provavelmente terá de ser tratada inclusive com a ministração de soro e alimentação via sonda. Não dê medicamentos à sua ave por conta própria! 

Fonte: http://www.calopsitas.org/intoxicacoes

segunda-feira, 5 de outubro de 2015

Intoxicação por Amitraz em Cães e Gatos

O amitraz é um antiparasitário do grupo das formamidinas, que é utilizado como acaricida e carrapaticida na Medicina Veterinária. O produto é relativamente barato e de fácil aquisição, o que torna seu uso bastante popular no Brasil. As apresentações comerciais devem ser diluídas adequadamente para a aplicação tópica, sendo sua absorção maior em peles inflamadas e lesadas, embora seja também absorvido em pele integra. Em cães é utilizado no tratamento de escabiose, demodicose e no controle de carrapatos, já nos gatos é utilizado no tratamento da escabiose e demodicose felina.



Embora seja considerado seguro, as intoxicações podem ocorrer principalmente se não forem seguidas as indicações de diluições adequadas, se não forem usados após o preparo ou após a ingestão de coleiras contendo o produto. Os animais idosos e mais jovens são mais sensíveis ao agente tóxico. 

Seu mecanismo de ação consiste na inibição da enzima monoaminoxidase (MAO)  e estimulação dos receptores α2 adrenérgicos, dessa forma o animal pode apresentar a seguinte sintomatologia: ataxia, depressão, hipotermia, perda de reflexos, bradicardia, midríase, hiperglicemia, hipomotilidade intestinal, entre outros. Pelo fato de causar hiperglicemia, não pode ser utilizado em animais diabéticos e por causar hipomotilidade intestinal não pode ser utilizado em equinos, uma vez que culmina em cólicas.
Diante de um caso de intoxicação por amitraz o animal deve ser levado ao consultório veterinário o mais rápido possível para receber o tratamento sintomático e de detoxificação, uma vez que não existe antídoto específico. 


Fonte: http://www.revistas.usp.br/bjvras/article/viewFile/26715/28498

SPINOSA, H.S.; GORNIAK S. L.; PALERMO-NETO, J. Toxicologia Aplicada à Medicina Veterinária. Barueri, SP: Manole, 2008.

domingo, 27 de setembro de 2015



O Perigo das Abelhas

Assim como nós humanos, os animais também sofrem com as picadas de insetos, entre eles abelhas, vespas e marimbondos. Geralmente, os acidentes envolvem reações leves, porém, animal pode apresentar uma maior sensibilidade ao veneno inoculado, promovendo uma reação de hipersensibilidade I, ou ainda alterações mais graves, que tendem a anafilaxia. A ocorrência do choque anafilático depende não só do animal, mas também do número de picadas e quantidade de veneno inoculado.

Os acidentes causados por múltiplas picadas de abelhas são normalmente graves e potencialmente fatais nos animais domésticos. O veneno destes insetos é composto por uma variedade de substâncias, as quais induzem reações tóxicas e alérgicas severas. O principal composto descrito é a melitina, um peptídeo que reúne características hemolítica, cardiotóxica e citotóxica. Além disso, age em sinergismo com a fosfolipase A2, a qual é considerada o antígeno mais alergênico, junto a fosfatase ácida. São encontrados também no veneno:

ØApaminas: Ação neurotóxica, levando a espasmos musculares e convulsões
Ø  Fator degranulador de mastócitos: Relacionado ao aparecimento de dor e eritema loca
Ø  Hialuronidase: Facilita a disseminação do veneno no organismo
Ø  Cininas: Permitem maior permeabilidade vascular e contração da musculatura lisa e esquelética.
Ø  Aminas ativas (Histamina, Noradrenalina, Dopamina), antígeno 5, etc.


As reações as picadas são muito variadas, de acordo com os fatores já citados. Alguns animais podem apresentar somente uma reação inflamatória local, enquanto outros exteriorizam sinais de hipotensão, fraqueza, mialgia, êmese, taquicardia, taquipneia, espasmos musculares, nistagmo e convulsões. Devido a cardiotoxicidade do veneno, alguns indivíduos chegam rapidamente a óbito. Os animais sensíveis podem apresentar sinais de anafilaxia, em no máximo 30 minutos pós- picada, podendo ser observado diurese, sialorreia, prurido e falência respiratória. Existem ainda aqueles que apresentam uma hipersensibilidade tipo III, em que a reação só se manifesta dias ou até semanas depois, o que se constitui como casos incomuns.

Diante de um caso de intoxicação por picada de abelha, o animal vitimado precisa ser levado de imediato ao consultório veterinário, onde irá receber todo o suporte e monitoração necessário, visto que não há um antídoto específico. Se o indivíduo demorar a receber o tratamento adequado, dependendo da quantidade de picada que recebeu, o quadro pode se agravar e as chances de sobrevivência, diminuir.


Fonte: RIBOLDI, E. O. Intoxicações em pequenos animais - Uma Revisão. 2010. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Medicina Veterinária) - Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2010. 


SPINOSA, H.S.; GORNIAK S. L.; PALERMO-NETO, J. Toxicologia Aplicada à Medicina Veterinária. Barueri, SP: Manole, 2008.

terça-feira, 8 de setembro de 2015

Poema de Desespero Toxicológico

Acho que comi folha de Manona porque comecei a babar
Pode ter sido Salsa porque começou o tremor muscular
Não posso dizer nada ainda
Porque eu vi o Canudo com a sua swainsonina.
Não queria mais ficar aqui
Usei o Tingui
Tudo estava tão monótono
Começou o opistótono
Talvez diga que eu seja insensato
Posso ser mentiroso como o Pinóquio
Consumir Erva-de-Rato
Com monofluoroacetato de sódio.
Segui caminho naquele sol forte
Que incrível a minha sorte !
O Chumbinho me chamou a atenção
De repente a minha pele entrou em mumificação
Disseram, então, que a Braquiária não tinha problema
Desconfiei, mas ela era uma delícia
Que dilema !
Uma pena: acordei com icterícia.
Desconfio da minha sina
Pode ter sido a Mamona e a sua ricina
A Timbaúba também entra nessa questão
Explicaria a minha lassidão
Não deixem o Barbatimão escapar de mansinho
Houve sim um ressecamento de focinho.
Lembre daquelas que possuem o cianeto
Madioca, Maniçoba, Sorgo e Angico Preto
Todas elas causam paresia
Não podiam ficar de fora da poesia.
Chegando em casa, Comigo-Ninguém-Pode
Causou-me edema de glote
Fui para a Espirradeira,só que não sabia que ela tinha glicosídeo cardíaco
Esse azar todo só pode ser influência do zodíaco!
Pensei que estava tudo acabado, poderia descansar na área
Mas eu topei com a Crotalaria
Ela e a Senescio com esse alcalóide pirrolizidinico
Pondo minha vida em risco.
Tentei ficar de boa
Só com a Thiloa
Só aumentou o meu problema
Porque me gerou um edema.
Esse é o drama do estudante que se segue
O fantasma terrível da NEF
Aquela voz na cabeça sempre a falar
"Não dá mais tempo cara, não dá mais pra decorar !" 

Autoria: Samuel Monteiro, 2015.

terça-feira, 1 de setembro de 2015

Intoxicação por chumbinho: O que fazer?

Todos nós já ouvimos falar do "chumbinho" e sabemos o quão mal ele faz, tanto aos animais domésticos quanto para os seres humanos.
Mas, afinal, o que ele é para ser tão letal assim e como podemos proceder frente a uma intoxicação por esse produto?



O nome do princípio ativo que causa esse tipo de intoxicação é o aldicarb, mais popularmente conhecido como "chumbinho". Por seu alto grau de toxicidade, seu comércio é ilegal. Contudo, ele ainda é comercializado clandestinamente, causando os efeitos maléficos que serão citados mais adiante.
O aldicarb é da classe dos carbamatos. Os carbamatos são classificados como anticolinesterásicos, os quais possuem, como ação principal, o poder de inibir uma enzima. A inibição dessa enzima, chamada acetilcolinesterase, produz uma série de efeitos colaterais no organismo do indivíduo, que podem levar à morte. Dentre os principais sintomas, destacam-se: vômito, contração da pupila, salivação excessiva, tonturas, fraqueza generalizada, convulsões e, em casos mais graves, morte por parada cardiorrespiratória.

Portanto, em casos de ingestão, é de fundamental importância o atendimento rápido e eficiente, a fim de aumentar as chances de sobrevida. Por isso, leve imediatamente seu animal à clínica veterinária mais próxima para que o profissional possa realizar os devidos procedimentos. Porém, se não for possível, para minimizar os malefícios citados acima, é válido administrar carvão ativado, uma vez que ele pode minimizar  os efeitos colaterais observados nesse tipo de intoxicação. 
Por fim, para todos os efeitos, não deixe de levar seu animal para receber os cuidados necessários de um médico veterinário.

Fonte: SPINOSA, H.S.; GORNIAK S. L.; PALERMO-NETO, J. Toxicologia Aplicada à Medicina Veterinária. Barueri, SP: Manole, 2008.

quinta-feira, 13 de agosto de 2015

Fitoterápicos: Se é Natural, não tem Perigo? 

O uso de produtos naturais para fins medicinais está sendo amplamente utilizado na medicina veterinária.  Os fitoterápicos podem ser utilizados de forma preventiva ou curativa e muitos fatores estão relacionados a escolha dessa “terapia alternativa”, tais como: cultura popular, condição econômica, resistência à terapias alopáticas, etc.

Porém, assim como as drogas convencionais, os fitoterápicos não devem ser utilizados em qualquer situação. Por se tratar de produtos naturais, muitas pessoas acreditam que estes não oferecem risco à saúde animal. Entretanto, assim como qualquer outro protocolo terapêutico, toda a situação clínica deve ser avaliada, antes da prescrição e administração da substância.

A Citronela (Cymbopogon nardus), por exemplo, é um fitoterápico de ampla utilização na veterinária, sendo usado como repelente para insetos. Apesar das vantagens, seu uso também pode provocar danos aos animais, especialmente por conter em sua fórmula geraniol e terpenos, princípios estes que podem levar a casos de dermatite por contato, diarreia e dispneia.


Outros exemplo é a famosa “erva – dos – gatos”, formada a partir de uma planta herbácea (Nepeta cataria), tem como princípio ativo a nepetalactona. Esse produto foi formado com o intuito de relaxar e divertir os felinos; contudo, pode promover o desenvolvimento de sinais neurotóxicos nos gatos, observando-se euforia, excitação e vocalização.


Apesar das comprovadas vantagens que esses produtos oferecem, é necessário sempre cautela em utilizá-los. O fato de ser natural não significa que possam ser administrados sem qualquer análise da condição clínica e epidemiológica do paciente.

Fonte: RIBOLDI, E. O. Intoxicações em pequenos animais - Uma Revisão. 2010. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Medicina Veterinária) - Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2010. 

sexta-feira, 7 de agosto de 2015

Profilaxia na intoxicação por inseticidas em animais de zoológico

O controle de insetos no ambiente de um zoológico é fundamental para a prevenção de doenças infecciosas importantes para animais selvagens, assim como para o controle de algumas zoonoses. O uso de inseticidas com essa finalidade deve ser criterioso e cuidadoso. Os inseticidas de maneira geral são substâncias químicas com elevado potencial tóxico agudo, em especial os organofosforados e carbamatos. Além disso, a alta sensibilidade de algumas espécies para estes inseticidas deve ser conhecimento estratégico do médico veterinário responsável pela coleção. Deve-se evitar o uso de inseticidas anticolinesterásico, tanto organofosforados como carbamatos, em recintos de aves, pois estas são muito mais sensíveis que os mamíferos, répteis e anfíbios. Já que o uso de piretrinas e piretróides nos recintos de aves pode facilitar o controle de insetos indesejáveis com certa segurança para as mesmas. Esses mesmos inseticidas piretróides não são recomendados para recintos de répteis e anfíbios, pois estes são muito mais sensíveis a tal grupo de inseticidas. Mesmo respeitando características de diferentes grupos e espécies de animais, consultas a livros e manuais que identifiquem espécies sensíveis a este ou aquele determinado inseticida é medida preventiva fundamental para respeitar o plantel de cada zoológico. Alguns procedimentos podem ajudar a prevenir acidentes toxicológicos envolvendo inseticidas e animais selvagens em cativeiro, como, por exemplo, não utilizar inseticidas em todos os recintos ao mesmo tempo. Formulações mal conduzidas ou incorretas podem causar quadros tóxicos em toda a população ao mesmo tempo. Deve-se subdividir os recintos em áreas prioritárias, utilizando o inseticida previamente escolhido e avalie sua eficácia, desempenho e presença ou não de sinais toxicológicos nos animais; se optar por inseticidas anticolinesterásicos (organofosforados e carbamatos) nunca se deve começar pelas aves. Avaliar primeiro o resultado em mamíferos, que são muito mais resistentes; se a opção for por piretrinas e piretróides, nunca comece a desinsetização pelos répteis e anfíbios. Deve-se dar prioridade as aves; inseticidas mistos, piretróides com organofosforados ou carbamatos, visam aumentar o poder residual baixo do piretróide. Aplicar primeiro em recintos dos mamíferos, observando a presença ou não de sinais e sintomas de intoxicação; a aplicação deve ser feita em dias ou períodos mais secos, pois a água da chuva pode carrear inseticidas mais resistentes para lugares indesejáveis e de maior risco, como o interior dos recintos, fontes de água próxima aos animais ou até mesmo utensílios como comedouros e bebedouros; orientar, sempre de maneira preventiva, tratadores e ajudantes a ficarem atentos aos primeiros sinais e sintomas de intoxicação. Na maior parte das vezes esses profissionais são os primeiros a observarem animais intoxicados; e por último, tenha sempre à mão antídoto ou antagonistas que poderão ser utilizados nas intoxicações pelos inseticidas de escolha. Apesar de utilização completamente tanto em termos de volume aplicado como de formas de aplicação, os produtos inseticidas domissanitários, mais utilizados em recintos e áreas comuns de zoológicos, causam intoxicações semelhantes em sintomatologia e gravidade aos inseticidas agrícolas. Assim, tanto os sintomas como os tratamentos medicamentosos seguem a mesma linha terapêutica dos casos de intoxicação com inseticidas formulados para práticas agrícolas. No entanto os aspectos preventivos, que são bem diferentes nos dois casos, exigem do médico veterinário maior atenção no ambiente fechado dos recintos e parques.

Fonte: http://www.qualittas.com.br/uploads/documentos/Intoxicacao%20em%20Animais%20Selvagen%20-%20Simone%20Polichetti.PDF

quinta-feira, 30 de julho de 2015

Intoxicação por uva em cães

Tem como resistir aos lindos e grandes olhos dos nossos pets quando querem pedir um pedaçinho do que estamos comendo? A resposta é:  muitas vezes não, porém temos que ter conhecimento de que alguns alimentos que são inofensivos para nós seres humanos são bastante tóxicos para nossos bichinhos.Um deles é a uva.

Não se sabe exatamente qual parte da uva é toxica, mas foi comprovado com trabalhos de pesquisa em cães nos Estados Unidos, que pertenciam a vinícolas e que os donos davam uvas como recompensa um índice alto de doença nos rins (insuficiência renal) e desde então se estabeleceu e comprovou-se que esta fruta é muito tóxica para cachorros.

Os sintomas após a ingestão de uva são vômitos, alteração de comportamento, diarreia e em casos mais sérios os rins podem começar a parar de funcionar onde o animal para de comer, de beber água e fica deprimido, com muita dor abdominal.

O diagnóstico da intoxicação depende muito da anamnese realizada , pois os sintomas se assemelham à outras enfermidades, por isso é super importante o proprietário relatar tudo o que ocorreu antes da apresentação dos sinais clínicos (até o fato de ter dado uva ao seu cão).O alerta para isso se da pelo fato de que muitos proprietários não relatam essa parte da história, por acharem que estar oferecendo frutas não irá causar nenhum dano ao animal e o veterinário pensa em outros enfermidades dificultando o diagnostico correto.

O tratamento nesse tipo de intoxicação é somente sintomático, uma vez que não existe nenhum medicamento específico. Sendo assim, é importante se ter conhecimento acerca dos alimentos que damos aos nosso pets para evitar futuros casos de intoxicações.





Fonte: http://petcare.com.br/blog/intoxicacao-em-caes-por-uva-e-uva-passa/

terça-feira, 21 de julho de 2015

Atenção para os fungos!

Temos conhecimento de determinadas espécies de fungos presentes no dia-a-dia culinário de todos nós, principalmente quando preparamos um prato com os ditos cogumelos.
Contudo, podendo causar danos tanto a seres humanos quanto a animais, existem determinados gêneros de fungos presentes no alimento que podem causar doenças. 
Dentre os gêneros patogênicos relacionados principalmente aos animais de produção, destacam-se:

- Aspergillus sp, contaminador frequente de grãos, como amendoim, milho, arroz e trigo, produzindo as aflatoxinas;
-  Fusarium sp, presente no milho, trigo, sorgo, cevada, aveia e silagem de milho e rações, podendo produzir a fumonisina e a zearalenona.

A doença não é causada por causa da ingestão do fungo propriamente dito, mas sim de metabólitos secundários, produzidos nos alimentos ou na plantação, que o mesmo produz em condições ambientais ideais para seu crescimento. O excesso de umidade no campo e na estocagem, temperaturas extremas, práticas de colheita, estresse e infestação de insetos são os principais fatores que determinam a severidade da contaminação do alimento por essas substâncias.

A produção de aflatoxinas é favorecida por vários fatores e geralmente são produzidas com temperatura ótima entre 25°C a 30°C. Essa micotoxina pode ocasionar dano hepático agudo ou crônico, sendo o crônico o prevalente, tendo a redução do ganho de peso como primeira alteração verificada, além de haver evolução do quadro para anemia, icterícia, anorexia e depressão.
Além disso, o efeito carcinogênico e teratogênico tem sido observado em diversas espécies animais.

A produção da fumonisina, produzida principalmente pela espécie Fusarium verticilloides, é favorecida por temperaturas em torno de 20°C e 25°C. Os principais efeitos ocasionados por essa micotoxina são em equinos e suínos, causando a leucoencefalomalácia equina e edema pulmonar suíno.

Por fim, a produção de zearalenona, produzida pelas espécies Fusarium roseum, F. tricinetum, F. gibbosum e F. oxysporum, ocorre em temperaturas baixas (12° a 14°C). Os sinais clínicos mais evidentes são encontrados na espécie suína, destacando o edema da vulva e da glândula mamária, alargamento do útero, atrofia de ovário e prolapso anal e vaginal em fêmeas. Em machos, pode-se evidenciar edema de prepúcio, atrofia testicular, crescimento da glândula mamária e queda da libido e da qualidade do esperma.

As medidas fundamentais para evitar as micotoxicoses são evitar a estocagem de alimentos úmidos, secar adequadamente o cereal colhido e, fundamentalmente, não oferecer o alimento contaminado aos animais. 
Tendo em vista que não existe tratamento específico para nenhuma das micotoxicoses citadas, a única medida empregada é o tratamento de suporte. Por causa disso, faz-se necessário a presença de um médico veterinário para que sejam realizados os cuidados necessários aos animais intoxicados.

Fonte: SPINOSA, H.S.; GORNIAK S. L.; PALERMO-NETO, J. Toxicologia Aplicada à Medicina Veterinária. Barueri, SP: Manole, 2008.

segunda-feira, 29 de junho de 2015

Intoxicação por raticidas em cães e gatos.

Muitas vezes as pessoas compram raticidas no supermercado e espalham pela casa para acabar com o visitante indesejado, o rato. Para isso, costumam misturar o veneno a algum alimento, o problema é que esse mesmo alimento usado para atrair o rato, acaba chamando a atenção dos gatinhos e dos cães, que acabam ingerindo o alimento e o veneno.
Outra situação em que os pets são intoxicados é devido a ações criminosas realizadas por pessoas que compram outro tipo de veneno (praguicida) que não é vendido para esse propósito (raticida), e tentam matar o animal. 
Os raticidas de uso legal comprados nos supermercados possuem ações anticoagulantes. Eles são absorvidos pelo intestino do pet que os ingeriu caem na corrente sanguínea e impedem a coagulação, fazendo com que a hemorragia interna generalizada aconteça. O bichinho começa a ficar triste, apático, tossindo, anêmico, tem aumento da região abdominal e dificuldade de respirar. O antídoto é a vitamina K, mas outras medicações paliativas, que auxiliarão a estabilizar o animal, precisam ser administradas, na maioria dos casos.
Já no caso do praguicida (carbamato) Aldicarb chamado popularmente de chumbinho fica mais difícil salvar o animal. O pet pode morrer em menos de 10 minutos, dependendo da quantidade ingerida e de seu tamanho. Dentre os sintomas estão salivação excessiva, vômito, diarreia, convulsão, incoordenação, tremor e falta de ar.
Assim, precisamos tomar certos cuidados quando pretendemos acabar com o visitante indesejado, o rato, uma vez que não queremos prejudicar nossos amados pets.


                                   

Fonte: http://www.blupet.com.br/noticia/intoxicacao-de-caes-e-gatos-por-raticidas





sábado, 13 de junho de 2015

Leite para animais intoxicados: Mito ou Verdade?

Nossos animais de estimação estão cada vez mais expostos a substâncias altamente tóxicas, como raticidas, inseticidas, herbicidas, cosméticos, entre tantos outros. Por mais que os tutores tentem controlar o acesso de seus pets a esses produtos, muitas vezes os cães e gatos acabam estabelecendo contato com esses materiais.

A exposição aos agentes tóxicos pode ocorrer por várias vias, destacando-se a via oral. A ingestão de “venenos” ocorre principalmente em animais com acesso à rua, onde, infelizmente, esses acidentes são muitas vezes propositais.

Ao se deparar com casos como esses, inúmeras pessoas optam por administrar leite para o animal. Entretanto, ao contrário do que muitos pensam, essa não é uma atitude benéfica para todos os casos de intoxicação por via oral. Isso porque enquanto algumas substâncias são lipofóbicas (não tem afinidade por gordura), outras têm caráter lipofílicos (têm afinidade e são solúveis em gorduras). Dessa forma, a administração do leite, após a ingestão de um agente tóxico que se dissolve em gordura, provoca o aumento da absorção o veneno, resultando no desenvolvimento dos sinais de intoxicação.

Como, normalmente, o agente ingerido não é de conhecimento do tutor, o indicado é não oferecer leite, ou similares, ao animal. O ideal, nesses casos, é sempre levar o animal de imediato ao médico veterinário, que saberá exatamente como proceder, dependendo do estado em que o animal se encontra.

segunda-feira, 8 de junho de 2015

Seu animal de estimação costuma comer plantas? Dica importante!

Você já deve ter visto ou mesmo ouvido falar que um animalzinho ingeriu alguma planta em casa ou na rua. Aparentemente, não é alarmante, que mal pode fazer uma planta a um animal de estimação? Contudo, existem determinadas espécies de plantas que podem ser tóxicas ao animal doméstico.

Das várias causas que podem levar o animal a consumir a planta tóxica, a fome é a principal delas. Outros fatores que devem ser considerados são: o "vício", situação na qual os animais podem desenvolver o hábito especial de ingerir a planta; a perversão do apetite, quando o animal torna-se pouco seletivo ao alimento (por exemplo, quando ocorre a deficiência de fósforo); e a adaptação, situação na qual animais trazidos de regiões distantes e introduzidos sem um período prévio de adaptação em novas regiões são as vítimas mais frequentes desse tipo de intoxicação.

Dentre as plantas que mais afetam pequenos animais, destacam-se: espirradeira (Nerium oleander) e comigo-ninguém-pode (Dieffenbachia picta). 




Todas as partes da espirradeira são tóxicas, tendo, como princípio tóxico, glicosídeos cardiotóxicos. Os principais sinais caracterizam-se por náusea e vômitos. Geralmente, o proprietário leva o animal ao médico veterinário para tratar os sinais observados no trato gastrointestinal, mas as alterações cardíacas são as mais preocupantes, podendo ocorrer fibrilações atriais e ventriculares em estágios terminais. Como forma de tratamento, administra-se cloreto de potássio, monitorando o quadro cardíaco do animal por meio do eletrocardiograma.

Não se sabe ao certo o princípio tóxico da comigo-ninguém-pode, mas sugere-se que uma substância lipídica é responsável pela liberação de histamina dos mastócitos, além de possuir oxalato de cálcio que potencializa estomatites. Dessa forma, os sinais clínicos de intoxicação são alarmantes, tendo, pouco tempo depois do animal ingerir a planta, sinais claros de dor e irritação. Em casos mais graves, pode haver obstrução completa da faringe. Como tratamento, recomenda-se o uso de anti-histamínicos H1, além de não usar, de forma alguma, eméticos. Concomitantemente, administra-se protetores de mucosa e analgésicos.

Em ambos os casos, é de extrema importância retirar o animal do foco da intoxicação (local em que a planta está localizada) e levar à clínica veterinária para fazer os cuidados necessários. 

Logo abaixo, se encontram fotos das respectivas espécies de plantas citadas.


Dieffenbachia picta                                            Nerium oleander


Fonte: SPINOSA, H.S.; GORNIAK S. L.; PALERMO-NETO, J. Toxicologia Aplicada à Medicina Veterinária. Barueri, SP: Manole, 2008.

quinta-feira, 28 de maio de 2015

Intoxicação em pets exóticos

As principais causas de intoxicação observadas em animais silvestres pet são alimentares, inalatórias e medicamentosas. Os sintomas vão depender diretamente da substância e da quantidade ingerida ou inalada, porém podemos observar sinais gerais presentes na maioria dos casos de intoxicação. No geral, um animal intoxicado apresenta uma piora no estado de saúde repentina, mudança em seu comportamento habitual, as aves costumam apresentar penas arrepiadas, fraqueza muscular, incoordenação, fezes com coloração e consistência anormal, apatia, falta de apetite, vômitos e em alguns casos convulsões.

Dentre as intoxicações alimentares temos como principais causas a ingestão de tintas a base de chumbo presentes em alguns brinquedos ou mesmo em paredes, sementes com micotoxinas nos casos das aves e pequenos roedores, metais, sementes de algumas frutas que possuem toxinas, vegetais com agrotóxicos, etc. Dentre as causas inalatórias podemos citar tintas, produtos de limpeza doméstica, inseticidas, verniz em gaiolas de madeira, etc. Finalmente as causas medicamentosas geralmente são por erros no cálculo da dose de medicamentos, uso de pomadas em aves ou o uso inapropriado de medicamentos sem a prescrição de um médico veterinário.

O tratamento vai depender diretamente da causa da intoxicação, mas é bem importante salientar para os proprietários que na maioria das vezes não temos antídotos específicos para o agente tóxico, por conta disso acabamos por tratar as consequências da intoxicação e tentar fazer com que o animal metabolize o mais rápido o possível o agente causador da intoxicação, para que o mesmo seja expelido do corpo, ou biotransformado em alguma substância não tóxica para o organismo. Portanto podemos concluir que a melhor coisa a ser feita e evitar que seu animal seja intoxicado.


 De forma geral, podemos tomar alguns cuidados para evitar uma intoxicação. Na questão alimentar devemos sempre nos atentar a só oferecer misturas de sementes de embalagens fechadas e de preferência de marcas conhecidas, verduras e legumes devem sempre ser muito bem lavados e os caroços das frutas devem ser removidos, além disso, não deixar o seu pet “roer” paredes ou objetos pintados, e é claro, em casa onde existem animais domésticos soltos nunca podemos colocar venenos como raticidas, ou mesmo venenos contra baratas, etc., pois a tendência é o animal por curiosidade acabar ingerindo o veneno e por consequência se intoxicando com o mesmo. Quanto às intoxicações inalatórias deve-se evitar o uso de produtos de limpeza doméstica próximo ao ambiente no qual animal frequenta. É recomendado que os proprietários utilizem desinfetantes da linha veterinária, na correta diluição, assim como retirem seu animal de estimação de áreas onde produtos químicos de maneira geral estejam sendo aplicados. Finalmente, para evitar intoxicações por medicamentos, leve sempre seu pet a um médico veterinário especializado e não o medique por conta própria.


Fonte: http://www.niaas.com.br/news/intoxica%C3%A7%C3%B5es-em-aves-e-animais-silvestres/

sábado, 9 de maio de 2015

Picada de serpente em equinos: cuidado!

Os equinos, assim como outros animais de grande porte, permanecem grande parte do tempo em contato direto com o ambiente natural e estão sujeitos aos perigos que este oferece, incluindo os acidentes por picada de serpente. Esses acidentes podem levar a morte do animal, causando prejuízos à propriedade.
Os acidentes ofídicos envolvendo equinos são relativamente comuns no Brasil e envolvem várias espécies de serpentes, incluindo as jararacas e cascavéis. A picada geralmente afeta as regiões da face e membros e a reação do animal varia, dependendo do tipo de veneno, da quantidade inoculada, do estado do animal, entre outros aspectos.
Os cavalos apresentam grande sensibilidade ao veneno botrópico (jararacas), podendo ser observada dor imediata, hemorragia e edema local, além de reações sistêmicas, em casos mais graves, como hipotensão e choque hipovolêmico. Quando a picada ocorre em região de focinho, o animal afetado pode apresentar dificuldade respiratória, consequente do intenso edema local, podendo ser necessária uma traqueostomia de emergência.
Ao presenciar um caso de intoxicação por veneno de serpente, deve-se contatar um médico veterinário com urgência e, até sua chegada, o animal deve ser mantido calmo e imobilizado, diminuindo a absorção e distribuição do veneno pelo corpo.
O único tratamento eficiente consiste na administração de soro neutralizante, somado às condutas de terapia de suporte, que são devidamente estabelecidas pelo profissional veterinário. Dessa forma, mesmo aquelas propriedades que já possuem soro antiofídico estocado e administram rapidamente no animal acidentado, a visita do médico veterinário não deve ser dispensada, visto que os sinais secundários à inoculação do veneno precisam ser combatidos de maneira rápida e efetiva. 


Fonte: http://desenvolvimento.abccmm.org.br/artigos/rev36/pag62.htm

segunda-feira, 27 de abril de 2015

A importância e os perigos do cobre na alimentação de animais de produção

Você sabia que o excesso ou a falta de algum elemento na alimentação dos animais podem causar uma série de problemas?

Assim como os pequenos animais, os grandes animais também necessitam de certos cuidados na alimentação, como uma dieta balanceada que supra as necessidades do animal e melhore sua produtividade.
Nesse caso, nosso texto irá abordar o cobre, que é um microelemento essencial à vida dos mamíferos, uma vez que participa de diversos processos no organismo, tais como a metabolização do ferro por enzimas, que são cobre-dependentes; a formação de elastina e de colágeno, que são proteínas presentes em várias partes do corpo, como nos vas
os sanguíneos; a produção de melanina, responsável pela pigmentação da pele, pelos e lã; o auxílio na intensificação da performance do sistema imune, desenvolvimento ósseo e muscular, conversão alimentar mais eficiente e melhor desempenho reprodutivo.
Contudo, a utilização de uma alimentação rica em concentrados energéticos com cobre buscando favorecer a produtividade pode aumentar a frequência de problemas metabólicos, já que, para favorecê-la, é necessário exigências nutricionais maiores. A incidência dessa enfermidade é bastante variável, dependendo das condições nutricionais estabelecidas, e é observada mais frequentemente em ovinos.
As intoxicações podem ser agudas ou crônicas. Dentro do organismo, o cobre deve sempre estar ligado a metaloproteínas para inativar a sua reatividade química, uma vez que possui grande capacidade oxidante. Porém, em altas concentrações, ele pode passar para o abomaso e os intestinos na forma ionizável e se combinar com estruturas da mucosa provocando erosões e úlceras, as quais podem acarretar severa gastroenterite e hemorragias graves.
Além dos sinais acima citados, os animais também apresentam anorexia, isolamento do rebanho, sonolência, fezes diarreicas com coloração verde metálica e grande presença de muco, hemoglobinúria e atonia ruminal. Os sinais apresentados vão depender se a intoxicação é aguda ou crônica.
O tratamento é sintomático, além de se utilizar um quelante específico e potente do cobre livre, denominado tetratiomolibdato (TTM).
Depois de todas essas informações, ficou fácil entender a importância e o cuidado do manejo zootécnico na produção animal.



Fonte : SPINOSA, H.S.; GORNIAK S. L.; PALERMO-NETO, J. Toxicologia Aplicada à Medicina Veterinária. Barueri, SP: Manole, 2008.

terça-feira, 7 de abril de 2015

Os perigos da ingestão de produtos de limpeza pelo seu Pet

Nada melhor do que manter a casa sempre limpa, né?
Porém, é necessário estabelecer bons lugares para o armazenamento desses produtos, principalmente se você tem um animalzinho curioso em casa. Nós sabemos que nossos amigos colocam tudo o que encontram na boca, por isso precisamos tomar alguns cuidados.
Alguns produtos de limpeza do dia-a-dia possuem alcaloides, ácidos e substâncias à base de petróleo que podem causar intoxicação nos nossos pets.
Os sinais clínicos variam de acordo com o produto ingerido. Eles podem ser leves, desde a letargia, mal-estar e fraqueza, até sinais gastrointestinais, como vômito, diarreia e náusea. Dentre os sintomas mais severos, podem ocorrer agitação, tremores e até coma.
Se seu pet for exposto a qualquer um dos produtos de limpeza, siga as seguintes recomendações: 
  • Mantenha a calma
  • Entre em contato com um veterinário imediatamente, solicitando orientação para os primeiros cuidados, enquanto você se encaminha à clínica veterinária. 
  • Coloque seu pet em uma área segura, longe do foco do produto tóxico.
  • Se a intoxicação foi por ingestão de substâncias cáusticas, não tente neutralizar administrando remédios caseiros, pois podem ocorrer outras reações químicas que podem agravar o problema.
Como forma de prevenção, já que muitas vezes os animais dormem em áreas de serviço, nas quais frequentemente é possível ter acesso fácil a esses produtos, o ideal seria ter mais cuidado no armazenamento dos mesmos, como colocá-los em prateleiras altas. Outra alternativa é tratar seu pet como uma criança pequena e curiosa e treiná-lo para aprender a respeitar os limites da casa, como não entrar em armários em que se possa guardar esses produtos.
Depois de todas essas dicas, sua casa pode ficar limpinha e seu pet protegido.



Fonte: http://www.cachorrogato.com.br/cachorros/intoxicacao-caes/

domingo, 5 de abril de 2015

Você sabia?

Chega a época da Páscoa, repleta de ovos de chocolate e a pergunta que nunca cessa: "Será que meu animalzinho pode comer também?"
A resposta é: NÃO!
Seu animal de estimação pode se intoxicar ingerindo chocolate, portanto evite ao máximo que ele o ingira acidentalmente e, de forma alguma, dê a ele como recompensa. Por isso, o chocolate como petisco deve ser evitado não só em datas comemorativas, mas todos os dias durante o ano.

"O chocolate tem em sua composição uma substância chamada Teobromina (encontrada no cacau), que é rapidamente absorvida após ingestão oral e é um estimulante poderoso do sistema nervoso central e do coração. A Teobromina provoca um intenso aumento no trabalho muscular cardíaco associado à uma grande estimulação do cérebro, ocasionando arritmias cardíacas graves em cães.

A concentração dessa substância no chocolate pode ser de 3 a 10 vezes maior do que na cafeína, por exemplo, e a quantidade dela para intoxicar gravemente um cão é calculada em torno de 100 a 200 mg/kg. Porém, há relatos de sintomas de intoxicação, como vômitos e diarreia, com ingestão de apenas 20 mg/kg. Também há relatos de sintomas de efeitos cardiotóxicos com ingestão de 40 a 50 mg/kg de chocolate. Há, ainda, relatos de efeitos drásticos com a ingestão não só de chocolate em barra, mas também de chocolate em pó dissolvido em leite e oferecido a cães.

Geralmente, os efeitos clínicos dessa intoxicação são percebidos entre 6 a 12 horas após a ingestão do chocolate. Os sintomas iniciais são: aumento da ingestão de água, vômito, diarreia, dilatação abdominal e inquietação (incômodo, agitação). O quadro pode evoluir para hiperatividade, aumento do volume urinário, ataxia, tremores e estado de apreensão. E, mais fatidicamente, aumento da frequência dos batimentos cardíacos (taquicardia), aumento dos movimentos respiratórios (taquipneia), azulamento das mucosas (cianose – falta de oxigenação nos tecidos), hipertensão, aumento da temperatura corpórea e o quadro pode, enfim, evoluir para hipotensão, queda da temperatura corpórea, coma e morte.

O tratamento é difícil, objetivando a estabilização das funções vitais do organismo de acordo com a sintomatologia que está ocorrendo".

Vale ressaltar que, no mercado de hoje, existe chocolate próprio para os animais, o qual não contém a substância ocasionante da intoxicação.
Uma boa Páscoa a todos!

Fonte: http://www.saudeanimal.com.br/rogerio_intoxicacao_choco.htm

quarta-feira, 1 de abril de 2015

Olá!

Bom, pessoal, este blog foi criado com a finalidade de propor, numa maneira mais acessível e interativa, conteúdos referentes à toxicologia veterinária, incluindo vídeos, imagens, curiosidades, artigos científicos e muito mais!

Sejam todos bem-vindos e espero que gostem das postagens!