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quarta-feira, 25 de novembro de 2015

Atenção para as plantas tóxicas no setor agropecuário!

Das várias causas que podem levar bovinos, ovinos e caprinos a consumirem a planta tóxica, a fome é a principal delas. Outros fatores que devem ser considerados são: o vício, situação na qual os animais podem desenvolver o hábito especial de ingerir a planta; a perversão do apetite, quando o animal torna-se pouco seletivo ao alimento; e a adaptação, situação na qual animais trazidos de regiões distantes e introduzidos sem um período prévio de adaptação em novas regiões são as vítimas mais frequentes desse tipo de intoxicação. Deve-se, ainda, considerar os tratos com a lavoura: nesse caso, a falta de limpeza periódica dos pastos favorece a concentração de plantas tóxicas e, consequentemente, acarreta em aumento do risco de ingestão dessas plantas pelos animais.

Algumas plantas que são de interesse agropecuário e que chamam bastante a atenção dos produtores são:

Palicourea marcgravii: também chamada de cafezinho, café-bravo, erva-de-rato, roxinha e vick.

Essa planta pertence a um grupo de plantas que causam morte súbita. Ela possui uma ampla distribuição geográfica, sendo encontrada por todo o território brasileiro. Ela possui também uma boa palatabilidade, ao contrário do que normalmente ocorre com outras plantas tóxicas, a fome não é a principal causa da procura da planta pelo animal. Por fim, ela possui uma alta toxicidade, tendo seus frutos e suas folhas como partes tóxicas da planta. Ela possui, como princípio tóxico, o ácido monofluoracético, possuindo uma evolução superaguda do quadro em bovinos. Os animais apresentam relutância ao andar, tremores musculares, queda, mugidos constantes e convulsões.

Ipomoea carnea: também chamada de algodão bravo e canudo.
É encontrada principalmente na região Nordeste do Brasil. As intoxicação por essa planta normalmente ocorrem quando há escassez de forrageira, porque ela se conserva verde em períodos secos. Seu princípio tóxico é a suainsonina, promovendo a morte celular em último estágio. A evolução dessa intoxicação é crônica e resulta em emagrecimento progressivo, tremores dos membros posteriores e incoordenação motora. A retirada da planta permite que haja a remissão dos sintomas.

Ipomoea asarifolia: também chamada de salsa.
Encontrada principalmente na região Nordeste. Da mesma forma que ocorre com a I. carnea, durante a escassez de forrageiras, há o consumo dessa planta, podendo causar intoxicação nos animais de produção. Até o momento, seu princípio tóxico não é conhecido. Os sinais clínicos do animal são sempre de ordem nervosa e é possível verificar sonolência, tremores musculares, principalmente na cabeça e no pescoço e incoordenação. Em caprinos, mesmo com a retirada da planta, não há a remissão dos sintomas.



Manihot esculenta: também chamada de mandioca.
É classificada como planta cianogênica, uma vez que essa planta possui altos níveis de cianeto. Normalmente, a intoxicação por essa planta deve-se a erros de manejo. Os principais sinais clínicos observados são salivação excessiva, espasmos musculares generalizados e convulsões. O animal também pode apresentar dificuldade respiratória, podendo ter uma parada respiratória. Quando a concentração de cianeto é muito elevada, pode ocorrer a morte do animal em poucos minutos após o aparecimento dos sinais clínicos.


Vale ressaltar que todas as plantas supracitadas são apenas alguns exemplos da grande variedade de plantas tóxicas que são nocivas à saúde dos animais de produção. Além disso, é necessário conhecer a morfologia dessas plantas e tentar retirá-las do alcance dos animais, a fim de prevenir possíveis intoxicações. Contudo, o animal que estiver intoxicado precisa ser consultado imediatamente pelo médico veterinário, a fim de que possa ser efetuado o devido tratamento.

Fonte: SPINOSA, H.S.; GORNIAK, S.L.; PARLERMO-NETO, J. Toxicologia Aplicada à Medicina Veterinária. Barueri, SP. Manole, 2008.

terça-feira, 3 de novembro de 2015

Intoxicação por gases tóxicos em aves


As intoxicações em aves mantidas em cativeiro são relativamente frequentes e podem ocorrer por ingestão, inalação ou absorção percutânea de substâncias tóxicas e também pela administração inadequada de medicamentos ou overdose.  As aves são mais vulneráveis à intoxicações do que os mamíferos e répteis.  Por serem curiosas e ativas, acabam ingerindo materiais estranhos e tóxicos.  Além disso, as características de sua anatomia favorecem à intoxicação : o sistema respiratório dispersa mais rapidamente as partículas e gases tóxicos inalados.
Gases tóxicos, como o próprio nome diz, levam a ave à intoxicação.  Um dos gases que muita gente não sabe que é prejudicial à ave é a PTFE (TEFLON), polímero sintético utilizado como antiaderente na fabricação de panelas, conhecido comercialmente como Teflon (marca registrada).  Este material é relativamente estável a temperaturas inferiores a 260ºc, mas acima de 280ºc libera diversos gases tóxicos às aves e, sendo os pulmões o alvo desse tipo de intoxicação, geralmente a morte é imediata, dependendo do grau de exposição a ave pode apresentar alguns sinais clínicos como sonolência, incoordenação motora, fraqueza, convulsão.

Durante o uso comum das panelas antiaderentes o nível de gases tóxicos liberados é muito baixo. Em ambiente bem arejado, como uma cozinha, não é considerado um grande risco de intoxicações.  Os principais casos ocorrem quando esquecemos panelas no fogo, a panela começa a superaquecer e libera uma fumaça muito forte, esta sim mata uma ave em poucos minutos.
A ave tem um sistema respiratório muito mais complexo do que a do ser humano, é pequeno, sensível e pouco elástico, no entanto a capacidade de troca de oxigênio/gás carbônico é três vezes maior do que o nosso pulmão, e por essa razão sofrem mais com os efeitos nocivos de fumaças e gases. 
Portanto, não deixe a gaiola de sua ave próxima a cozinha, e nem de quaisquer ambientes que podem haver a dispersão de gases ou de fumaças como as de cigarroincenso, etc. 
Nos casos acima citados, deve-se dispensar atenção total à ave, levando-a imediatamente a um veterinário, pois provavelmente terá de ser tratada inclusive com a ministração de soro e alimentação via sonda. Não dê medicamentos à sua ave por conta própria! 

Fonte: http://www.calopsitas.org/intoxicacoes