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domingo, 27 de setembro de 2015



O Perigo das Abelhas

Assim como nós humanos, os animais também sofrem com as picadas de insetos, entre eles abelhas, vespas e marimbondos. Geralmente, os acidentes envolvem reações leves, porém, animal pode apresentar uma maior sensibilidade ao veneno inoculado, promovendo uma reação de hipersensibilidade I, ou ainda alterações mais graves, que tendem a anafilaxia. A ocorrência do choque anafilático depende não só do animal, mas também do número de picadas e quantidade de veneno inoculado.

Os acidentes causados por múltiplas picadas de abelhas são normalmente graves e potencialmente fatais nos animais domésticos. O veneno destes insetos é composto por uma variedade de substâncias, as quais induzem reações tóxicas e alérgicas severas. O principal composto descrito é a melitina, um peptídeo que reúne características hemolítica, cardiotóxica e citotóxica. Além disso, age em sinergismo com a fosfolipase A2, a qual é considerada o antígeno mais alergênico, junto a fosfatase ácida. São encontrados também no veneno:

ØApaminas: Ação neurotóxica, levando a espasmos musculares e convulsões
Ø  Fator degranulador de mastócitos: Relacionado ao aparecimento de dor e eritema loca
Ø  Hialuronidase: Facilita a disseminação do veneno no organismo
Ø  Cininas: Permitem maior permeabilidade vascular e contração da musculatura lisa e esquelética.
Ø  Aminas ativas (Histamina, Noradrenalina, Dopamina), antígeno 5, etc.


As reações as picadas são muito variadas, de acordo com os fatores já citados. Alguns animais podem apresentar somente uma reação inflamatória local, enquanto outros exteriorizam sinais de hipotensão, fraqueza, mialgia, êmese, taquicardia, taquipneia, espasmos musculares, nistagmo e convulsões. Devido a cardiotoxicidade do veneno, alguns indivíduos chegam rapidamente a óbito. Os animais sensíveis podem apresentar sinais de anafilaxia, em no máximo 30 minutos pós- picada, podendo ser observado diurese, sialorreia, prurido e falência respiratória. Existem ainda aqueles que apresentam uma hipersensibilidade tipo III, em que a reação só se manifesta dias ou até semanas depois, o que se constitui como casos incomuns.

Diante de um caso de intoxicação por picada de abelha, o animal vitimado precisa ser levado de imediato ao consultório veterinário, onde irá receber todo o suporte e monitoração necessário, visto que não há um antídoto específico. Se o indivíduo demorar a receber o tratamento adequado, dependendo da quantidade de picada que recebeu, o quadro pode se agravar e as chances de sobrevivência, diminuir.


Fonte: RIBOLDI, E. O. Intoxicações em pequenos animais - Uma Revisão. 2010. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Medicina Veterinária) - Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2010. 


SPINOSA, H.S.; GORNIAK S. L.; PALERMO-NETO, J. Toxicologia Aplicada à Medicina Veterinária. Barueri, SP: Manole, 2008.

terça-feira, 8 de setembro de 2015

Poema de Desespero Toxicológico

Acho que comi folha de Manona porque comecei a babar
Pode ter sido Salsa porque começou o tremor muscular
Não posso dizer nada ainda
Porque eu vi o Canudo com a sua swainsonina.
Não queria mais ficar aqui
Usei o Tingui
Tudo estava tão monótono
Começou o opistótono
Talvez diga que eu seja insensato
Posso ser mentiroso como o Pinóquio
Consumir Erva-de-Rato
Com monofluoroacetato de sódio.
Segui caminho naquele sol forte
Que incrível a minha sorte !
O Chumbinho me chamou a atenção
De repente a minha pele entrou em mumificação
Disseram, então, que a Braquiária não tinha problema
Desconfiei, mas ela era uma delícia
Que dilema !
Uma pena: acordei com icterícia.
Desconfio da minha sina
Pode ter sido a Mamona e a sua ricina
A Timbaúba também entra nessa questão
Explicaria a minha lassidão
Não deixem o Barbatimão escapar de mansinho
Houve sim um ressecamento de focinho.
Lembre daquelas que possuem o cianeto
Madioca, Maniçoba, Sorgo e Angico Preto
Todas elas causam paresia
Não podiam ficar de fora da poesia.
Chegando em casa, Comigo-Ninguém-Pode
Causou-me edema de glote
Fui para a Espirradeira,só que não sabia que ela tinha glicosídeo cardíaco
Esse azar todo só pode ser influência do zodíaco!
Pensei que estava tudo acabado, poderia descansar na área
Mas eu topei com a Crotalaria
Ela e a Senescio com esse alcalóide pirrolizidinico
Pondo minha vida em risco.
Tentei ficar de boa
Só com a Thiloa
Só aumentou o meu problema
Porque me gerou um edema.
Esse é o drama do estudante que se segue
O fantasma terrível da NEF
Aquela voz na cabeça sempre a falar
"Não dá mais tempo cara, não dá mais pra decorar !" 

Autoria: Samuel Monteiro, 2015.

terça-feira, 1 de setembro de 2015

Intoxicação por chumbinho: O que fazer?

Todos nós já ouvimos falar do "chumbinho" e sabemos o quão mal ele faz, tanto aos animais domésticos quanto para os seres humanos.
Mas, afinal, o que ele é para ser tão letal assim e como podemos proceder frente a uma intoxicação por esse produto?



O nome do princípio ativo que causa esse tipo de intoxicação é o aldicarb, mais popularmente conhecido como "chumbinho". Por seu alto grau de toxicidade, seu comércio é ilegal. Contudo, ele ainda é comercializado clandestinamente, causando os efeitos maléficos que serão citados mais adiante.
O aldicarb é da classe dos carbamatos. Os carbamatos são classificados como anticolinesterásicos, os quais possuem, como ação principal, o poder de inibir uma enzima. A inibição dessa enzima, chamada acetilcolinesterase, produz uma série de efeitos colaterais no organismo do indivíduo, que podem levar à morte. Dentre os principais sintomas, destacam-se: vômito, contração da pupila, salivação excessiva, tonturas, fraqueza generalizada, convulsões e, em casos mais graves, morte por parada cardiorrespiratória.

Portanto, em casos de ingestão, é de fundamental importância o atendimento rápido e eficiente, a fim de aumentar as chances de sobrevida. Por isso, leve imediatamente seu animal à clínica veterinária mais próxima para que o profissional possa realizar os devidos procedimentos. Porém, se não for possível, para minimizar os malefícios citados acima, é válido administrar carvão ativado, uma vez que ele pode minimizar  os efeitos colaterais observados nesse tipo de intoxicação. 
Por fim, para todos os efeitos, não deixe de levar seu animal para receber os cuidados necessários de um médico veterinário.

Fonte: SPINOSA, H.S.; GORNIAK S. L.; PALERMO-NETO, J. Toxicologia Aplicada à Medicina Veterinária. Barueri, SP: Manole, 2008.