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quinta-feira, 13 de agosto de 2015

Fitoterápicos: Se é Natural, não tem Perigo? 

O uso de produtos naturais para fins medicinais está sendo amplamente utilizado na medicina veterinária.  Os fitoterápicos podem ser utilizados de forma preventiva ou curativa e muitos fatores estão relacionados a escolha dessa “terapia alternativa”, tais como: cultura popular, condição econômica, resistência à terapias alopáticas, etc.

Porém, assim como as drogas convencionais, os fitoterápicos não devem ser utilizados em qualquer situação. Por se tratar de produtos naturais, muitas pessoas acreditam que estes não oferecem risco à saúde animal. Entretanto, assim como qualquer outro protocolo terapêutico, toda a situação clínica deve ser avaliada, antes da prescrição e administração da substância.

A Citronela (Cymbopogon nardus), por exemplo, é um fitoterápico de ampla utilização na veterinária, sendo usado como repelente para insetos. Apesar das vantagens, seu uso também pode provocar danos aos animais, especialmente por conter em sua fórmula geraniol e terpenos, princípios estes que podem levar a casos de dermatite por contato, diarreia e dispneia.


Outros exemplo é a famosa “erva – dos – gatos”, formada a partir de uma planta herbácea (Nepeta cataria), tem como princípio ativo a nepetalactona. Esse produto foi formado com o intuito de relaxar e divertir os felinos; contudo, pode promover o desenvolvimento de sinais neurotóxicos nos gatos, observando-se euforia, excitação e vocalização.


Apesar das comprovadas vantagens que esses produtos oferecem, é necessário sempre cautela em utilizá-los. O fato de ser natural não significa que possam ser administrados sem qualquer análise da condição clínica e epidemiológica do paciente.

Fonte: RIBOLDI, E. O. Intoxicações em pequenos animais - Uma Revisão. 2010. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Medicina Veterinária) - Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2010. 

sexta-feira, 7 de agosto de 2015

Profilaxia na intoxicação por inseticidas em animais de zoológico

O controle de insetos no ambiente de um zoológico é fundamental para a prevenção de doenças infecciosas importantes para animais selvagens, assim como para o controle de algumas zoonoses. O uso de inseticidas com essa finalidade deve ser criterioso e cuidadoso. Os inseticidas de maneira geral são substâncias químicas com elevado potencial tóxico agudo, em especial os organofosforados e carbamatos. Além disso, a alta sensibilidade de algumas espécies para estes inseticidas deve ser conhecimento estratégico do médico veterinário responsável pela coleção. Deve-se evitar o uso de inseticidas anticolinesterásico, tanto organofosforados como carbamatos, em recintos de aves, pois estas são muito mais sensíveis que os mamíferos, répteis e anfíbios. Já que o uso de piretrinas e piretróides nos recintos de aves pode facilitar o controle de insetos indesejáveis com certa segurança para as mesmas. Esses mesmos inseticidas piretróides não são recomendados para recintos de répteis e anfíbios, pois estes são muito mais sensíveis a tal grupo de inseticidas. Mesmo respeitando características de diferentes grupos e espécies de animais, consultas a livros e manuais que identifiquem espécies sensíveis a este ou aquele determinado inseticida é medida preventiva fundamental para respeitar o plantel de cada zoológico. Alguns procedimentos podem ajudar a prevenir acidentes toxicológicos envolvendo inseticidas e animais selvagens em cativeiro, como, por exemplo, não utilizar inseticidas em todos os recintos ao mesmo tempo. Formulações mal conduzidas ou incorretas podem causar quadros tóxicos em toda a população ao mesmo tempo. Deve-se subdividir os recintos em áreas prioritárias, utilizando o inseticida previamente escolhido e avalie sua eficácia, desempenho e presença ou não de sinais toxicológicos nos animais; se optar por inseticidas anticolinesterásicos (organofosforados e carbamatos) nunca se deve começar pelas aves. Avaliar primeiro o resultado em mamíferos, que são muito mais resistentes; se a opção for por piretrinas e piretróides, nunca comece a desinsetização pelos répteis e anfíbios. Deve-se dar prioridade as aves; inseticidas mistos, piretróides com organofosforados ou carbamatos, visam aumentar o poder residual baixo do piretróide. Aplicar primeiro em recintos dos mamíferos, observando a presença ou não de sinais e sintomas de intoxicação; a aplicação deve ser feita em dias ou períodos mais secos, pois a água da chuva pode carrear inseticidas mais resistentes para lugares indesejáveis e de maior risco, como o interior dos recintos, fontes de água próxima aos animais ou até mesmo utensílios como comedouros e bebedouros; orientar, sempre de maneira preventiva, tratadores e ajudantes a ficarem atentos aos primeiros sinais e sintomas de intoxicação. Na maior parte das vezes esses profissionais são os primeiros a observarem animais intoxicados; e por último, tenha sempre à mão antídoto ou antagonistas que poderão ser utilizados nas intoxicações pelos inseticidas de escolha. Apesar de utilização completamente tanto em termos de volume aplicado como de formas de aplicação, os produtos inseticidas domissanitários, mais utilizados em recintos e áreas comuns de zoológicos, causam intoxicações semelhantes em sintomatologia e gravidade aos inseticidas agrícolas. Assim, tanto os sintomas como os tratamentos medicamentosos seguem a mesma linha terapêutica dos casos de intoxicação com inseticidas formulados para práticas agrícolas. No entanto os aspectos preventivos, que são bem diferentes nos dois casos, exigem do médico veterinário maior atenção no ambiente fechado dos recintos e parques.

Fonte: http://www.qualittas.com.br/uploads/documentos/Intoxicacao%20em%20Animais%20Selvagen%20-%20Simone%20Polichetti.PDF